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Como as franquias estão lidando com a falta de suprimentos

7 min de leitura • 31 de maio de 2020

Em tempos de pandemia, muitos franqueadores e franqueados tiveram seu fornecimento de produtos reduzido ou interrompido. Quais são as opções para lidar com as incertezas e riscos com seus parceiros e fornecedores? Preparamos um artigo para você entender como as redes de franquias estão lidando com a falta de suprimentos durante a pandemia.

Confira abaixo alguns exemplos de como grandes empresas do franchising mundial estão lidando com o tema. Além disso, listamos algumas recomendações para quem continua enfrentando o problema.

1) Manter a frequência na comunicação

Os franqueadores precisarão de comunicação semanal ou diária com os fornecedores, para se manterem informados sobre qualquer falta prevista de produto, ou gargalo na produção ou entrega. O CEO da Papa John´s – terceira maior cadeia de restaurantes de take-away e pizzaria delivery do mundo, Rob Lynch, afirma que “trabalhar muito de perto com [seus] parceiros de suprimento” é o que proporcionou a capacidade da empresa de suportar as oscilações da cadeia de suprimentos. A comunicação aberta com os fornecedores permitiu à Papa John’s reforçar sua cadeia de suprimentos, dobrar o estoque e criar opções, contratando novos fornecedores.

Dessa forma, os franqueadores devem manter uma comunicação frequente e proativa com os franqueados, fornecendo atualizações a respeito de alterações em produtos e serviços. Por exemplo, a Qdoba – cadeia de restaurantes que servem cozinha de estilo mexicano – realiza webinars diários para manter contato com seus franqueados.

Mas ainda, as empresas podem considerar aumentar o uso de dados e análises para prever e modelar o impacto de interrupções na entrega de fornecedores. Compartilhar esses dados com franqueados para garantir atualizações em todo o sistema sobre disponibilidade e estimativas de produtos é fundamental. Além disso, os franqueadores devem preparar e orientar os franqueados para reabrir assim que as restrições do governo forem flexibilizadas ou à medida que as permissões para negócios abertos aumentarem, incluindo orientações operacionais e financeiras. A Hand & Stone – cadeia de spas de massagem – mantém ligações semanais com franqueados para discutir a abordagem “mercado por mercado, município por município”.

Por fim, os franqueadores também devem manter comunicações abertas com os clientes para mantê-los informados sobre quaisquer alterações nos produtos e serviços normalmente oferecidos. Outras informações como quanto tempo essas alterações duram, e os produtos ou serviços substitutos agora disponíveis também são importantes. 

2) Adotar flexibilidade em relação à padrões e requisitos com os quais a marca está acostumada

Os franqueadores devem ser flexíveis nas solicitações e na aplicação de seus padrões e requisitos para lidar com questões referentes aos fornecedores. Isso pode envolver a flexibilização de certos pontos já instituídos pela marca durante este período no qual estamos.

Por exemplo, o Marriott International adiou as reformas que estavam previstas para 2020, adiou as despesas necessárias para os franqueados atualizarem móveis, utensílios e equipamentos e parou de realizar auditorias de marca.

Ademais, os franqueadores também devem considerar fornecedores alternativos. Contratos já feitos devem ser cuidadosamente revisados, e os franqueadores devem considerar se seus fornecedores aprovados atuais serão capazes de atender às demandas. Alguns franqueadores podem permitir que franqueados proponham fornecedores alternativos – especialmente para itens de alta demanda – sujeitos à aprovação prévia.

3) Considerar e negociar acordos de pagamento alternativos

A pandemia do Covid-19 afetou severamente o fluxo de caixa dos franqueadores e de seus parceiros e fornecedores. No entanto, as empresas que não estão enfrentando problemas imediatos de fluxo de caixa aceleraram os pagamentos a seus fornecedores para ajudá-los a passar pela pandemia. A Lockheed Martin – empresa fabricante de produtos aeroespaciais – adiantou mais de US $ 155 milhões para seus fornecedores “pequenos e vulneráveis”. 

Muitos franqueadores adiaram as obrigações de royalties e marketing de seus franqueados. A empresa norte-americana Fazoli´s renunciou aos royalties em março, e suspendeu as taxas mensais de marketing, concentrando-se em fornecer aos franqueados estratégias de marketing local para enfatizar as opções de serviço sem contato.

Além disso, outros franqueadores estão usando acordos de serviços compartilhados, ou outras formas de colaboração com outras marcas, para maximizar a eficiência e reduzir os custos em todo o sistema.

O BurgerFi International – rede de restaurantes americana focada em hambúrgueres naturais, batatas fritas e cachorros-quentes – que firmou uma parceria recentemente com a Reef Kitchens (uma rede de cozinhas de bairro que ajuda os restaurantes a entrar rapidamente em novos mercados) para expandir o BurgerFi para Seattle, Nashville, Minneapolis e Houston. A parceria é oportuna, pois a Reef se concentrará na entrega apenas para o BurgerFi nos novos mercados.

As empresas tiveram que cancelar pedidos e serviços não essenciais, reduzir o tamanho ou solicitar condições de pagamento diferenciadas ou flexíveis a seus parceiros. Franqueadores e franqueados devem revisar seus contratos para determinar como as obrigações de pagamento ou fornecimento das partes podem se adequar ao novo cenário. 

4) Planejar ofertas de novos produtos e antecipar escassez e atrasos

Franqueadores mudaram produtos e serviços que oferecem. Por exemplo, a Wyndham Hotels & Resorts anunciou que enviaria itens de saúde e segurança para seus hotéis nos EUA, incluindo máscaras, sabão e desinfetante. A Wyndham atribuiu sua capacidade de fornecer grandes quantidades desses itens – com custos diferenciados para os proprietários dos hotéis até o final deste ano – ao desconto por volume. Taco Bell e KFC anunciaram que equipariam todos os restaurantes com termômetros sem contato, entre outros suprimentos, para que os funcionários tenham suas temperaturas verificadas antes dos turnos.

Além disso, algumas empresas simplificaram seus processos de fabricação para se concentrar apenas na produção dos bens mais críticos. A Hertz – aluguel de carros – está negociando com seus fornecedores para adiar a chegada de carros novos e modificar os pedidos existentes; ao invés disso, a empresa priorizou trabalhar com sua extensa rede de carros usados.

Outras empresas começaram a usar a cadeia de suprimentos de maneira diferente para responder às mudanças nas demandas dos clientes. As vendas no varejo da Tyson Foods –  indústria alimentícia – aumentaram quase 20%. A empresa viu aumento nas vendas de carne bovina e suína desde o início da pandemia, que creditou à “insights de mercado, flexibilidade de canal, acesso à matérias-primas e demanda crescente”. Isso permitiu que a Tyson Foods se desviasse das demandas de food services para as demandas de varejo.

Assim, quando uma parte do fornecimento é comprometida, algumas marcas não conseguem mais disponibilizar os mesmos produtos que produziam em um ambiente pré-pandêmico. A Wendy’s, que se orgulha de fornecer produtos frescos de fast-food de carne bovina, sofreu com o fechamento de fábricas de frigoríficos nos EUA. A marca emitiu um comunicado de imprensa dia 10 de maio, para esclarecer que “[embora] alguns itens do menu estejam em falta de tempos em tempos em alguns restaurantes, continuamos a fornecer carne fresca a todos os nossos restaurantes, com entregas duas ou três vezes por semana.”

Conclusão

Por fim, com todos estes exemplos de como as redes franquias estão lidando com a falta de suprimentos, fica claro que as marcas devem estar preparadas para implementar soluções criativas. Franqueadores e franqueados que desenvolvem uma cadeia de parcerias geograficamente diversa, com vários fornecedores que podem produzir os mesmos bens ou similares, terão um desempenho melhor do que aqueles que não podem. Essas alterações propostas pela situação podem ser temporárias, mas provavelmente serão permanentes se aumentarem a eficiência e proporcionarem alternativas para suportar melhor eventos imprevisíveis.

Originalmente publicado em Franchising.com

Por: Joyce Mazero and Emily Doan

Para saber mais sobre como as redes de franquias estão lidando com a pandemia e quais foram os aprendizados gerados até aqui:

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