Uma estrutura híbrida, que reúne características de um residencial para idosos e um hospital voltado à recuperação e cuidados de doenças crônicas, é a nova aposta da Terça da Serra, maior rede residencial de idosos do país. Com mais de 140 unidades em 23 estados e com mais de 2.000 leitos, a marca faz parte desde 2021 do Grupo SMZTO.
A primeira unidade do Hospital Revitare foi inaugurada em 30 de maio de 2023, na cidade de Campinas, onde um hotel de quatro andares foi reformado para abrigar 110 leitos, totalmente preparados. A região possui uma cobertura média 42,26% da população de 3,2 milhões de habitantes. Ou seja, quase 1,8 milhão de vidas são cobertas pelos planos de saúde e a região, assim como a maior parte do Interior de São Paulo, carece de uma estrutura voltada para reabilitação, longa permanência e cuidados integrados.
No empreendimento, a médica Joyce Duarte Moraes, especializada na área geriátrica e fundadora da Terça da Serra, uniu-se a sócios que são referência em cuidados e reabilitação na região.
“Essa é uma região de grande desenvolvimento, principalmente na área hospitalar, e para nós será importante por conta do pioneirismo e da inovação que este projeto carrega”, afirma Joyce.
Além disso, a fundadora da Terça da Serra relembra que já atuam na região de Campinas há 10 anos, operando mais de 300 leitos de instituição de longa permanência para idosos, o que faz com que o conhecimento de mercado e a sinergia entre as empresas do grupo sejam diferenciais.
Conceito inovador no Brasil
O conceito do Revitare, que remete aos hospitais de transição – ou hospitais de retaguarda, como também são chamados -, é relativamente novo e ainda pouco difundido no Brasil. Consiste em ofertar cuidados específicos para as demandas de pacientes em processo de reabilitação após um evento agudo, ou pacientes com indicação de internação de longa permanência ou ainda em processo de finitude.
As principais diferenças em relação ao perfil tradicional de hospitalização estão na equipe multiprofissional envolvida e no tempo dispensado por cada um dos profissionais. A ideia é oferecer um local onde as taxas de contaminação e infecção hospitalar sejam bem mais baixas, com equipes multidisciplinares e atenção individualizada. “É uma complementariedade do processo de envelhecimento, da saúde. A união entre uma residência voltada ao repouso com um hospital”, afirma Joyce.
Para os sócios, a sinergia é evidente: unir o conceito de residência para idosos com os cuidados e estruturas de uma equipe médica é o futuro desta área, que tem crescido paralelamente às mudanças demográficas no país. Dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, naquele ano, quase 33 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais. Proporcionalmente, os idosos representavam 15,7% da população.
Estrutura de hotel, cuidados de hospital
A demanda por esse tipo de hospital já vinha em uma curva crescente antes da pandemia e se intensificou com o contexto da covid-19. Com a crise sanitária, os períodos de internação em estruturas privadas de saúde aumentaram, especialmente nas faixas etárias mais altas.
“É uma questão que vem de fora. Outros países estão sendo protagonistas nestas mudanças para estruturas de recuperação e atendimento aos idosos”, argumenta. “Temos uma estrutura premium de hotel aliada a um hospital para pacientes crônicos de baixa complexidade”, finaliza a médica.
Custos menores e menos riscos
O hospital de transição poderá prevenir uma série de problemas de saúde dos pacientes, que poderão ter tratamento constante, menos invasivo e aliado ao conforto de um hotel premium. O Revitare disponibiliza leitos para longa permanência, cuidados paliativos e reabilitação em consonância com as necessidades e categorias dos usuários de planos de saúde, podendo ser apartamentos e enfermarias.
Todos os quartos são suítes e são equipados com armários, mesa de leitura, frigobar e televisão smart. Além disso, dispõem de um poltrona confortável e um sofá cama para o acompanhante. Os banheiros são todos adaptados, dotados de barras de segurança, e oferecem amplo espaço para o conforto dos pacientes.
“Idosos, por vezes, têm problemas de saúde e vão para os hospitais. Depois, retornam para as residências”, diz Pedro Moraes, economista e CFO do Terça da Serra. “Vamos otimizar toda essa dinâmica e reduzir os riscos para os idosos, como as possibilidades de infecção hospitalar, por exemplo.”
Capitais nos planos de expansão
A Terça da Serra é o maior residencial sênior do país e desde 2021 faz parte do Grupo SMZTO. No ano passado, a franqueadora de residenciais sênior faturou R$ 80 milhões. Neste ano, a expectativa é atingir receita de R$ 120 milhões. Depois da inauguração em Campinas, capitais como Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis e Belo Horizonte estão no plano de expansão. A meta é abrir até 10 hospitais nos próximos cinco anos.