A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, nunca esteve em um patamar tão baixo, fazendo com que os investidores suem a camisa para encontrar produtos que entreguem rentabilidade razoável com um nível de risco equilibrado. Fundos multimercados, imobiliários, de ações e internacionais estão entre as principais opções, mas parcela cada vez maior de pessoas tem apostado nas franquias para diversificar suas carteiras.
Na carteira de investimentos, consideradas uma modalidade de investimentos de renda ativa, ou seja, que demandam tempo e trabalho, as franquias começam também a ser encaradas como renda passiva, por não dependerem diretamente do investidor para funcionar. Isso acontece no caso de pessoas que escolhem sócios operadores para cuidar do dia a dia da empresa.
Diferentemente do que ocorre nas empresas listadas na bolsa, como sócio de uma franquia o investidor pode acompanhar o desempenho do empreendimento mais de perto e participar das tomadas de decisões estratégicas, sem necessariamente se envolver nos processos operacionais. Enquanto a volatilidade é característica do mercado de ações, franquias de marcas bem estabelecidas te possibilitam focar em retornos de longo prazo mais facilmente, sem as distrações de ficar vendo o valor do seu patrimônio variando todos os dias.
Bruno Semenzato, que além de CEO da SMZTO, fundo de private equity especializado em franquias, é multifranqueado de marcas como Oakberry, Instituto Gourmet e Espaçolaser, compartilha pontos relevantes para que o investidor não dispense as franquias do seu portfólio. Confira!
1) Estabilidade
Franquias de marcas sólidas, redes com pelo menos alguns anos de mercado e mais de 100 unidades podem gerar um retorno líquido de 2% a 3% ao mês. Assim, são boa alternativa para a parcela de maior risco de uma carteira de investimentos.
2) Autonomia
Apesar de ser um investimento em uma empresa – assim como a compra de ações na bolsa –, a franquia permite ao investidor mais liberdade para tomar decisões e acompanhar de perto o negócio. Mas o investidor não precisa ser o responsável pela gestão – pode contar com o apoio de um sócio operador, especializado no negócio, que responda tanto pela rentabilidade como pelos demais aspectos operacionais, como, por exemplo, a gestão dos colaboradores.
3) Diversidade nos investimentos
Não colocar todos os ovos em uma única cesta é mandamento essencial para qualquer investidor. E uma franquia possibilita dividendos mensais e consistentes, algo que nem toda ação na bolsa consegue trazer. “Um portfólio agressivo no Brasil chega a ter até 50% a 60% do capital alocado em equities (participação societária), seja de empresa privada ou pública (bolsa). É dentro dessa margem que devem estar seus investimentos em franquias”, enfatiza Bruno, sobre a carteira de investimentos.
4) Escalabilidade
O investidor também pode crescer seu negócio de franquias, tornando-se um multifranqueado e criando valor no equity desse investimento. “Isso faz com que ele possa, no médio ou longo prazo, vender essa operação por um preço que lhe traga uma valorização muito boa em relação ao que investiu”, ressalta.
5) Valorização
Quando a franquia é operada de forma organizada, profissional e com governança – 100% formalizada e sem grandes contingências – pode ser recomprada parcialmente ou até totalmente pela franqueadora. Apesar de ser menos comum, quando isso acontece, pode trazer um ganho substancial atrelado à valorização das ações do empreendimento que vem com o crescimento.
6) Previsibilidade
No franchising, através da análise do histórico da rede, é possível entender o comportamento do segmento e, desta forma, projetar a expectativa de resultados. As marcas de franquias mais sólidas também investem em sistemas inteligentes que monitoram os indicadores de performance e alertam quando o desempenho não está dentro do esperado.